300 ANOS DE HISTÓRIA 1711-2011

Vale tudo nas empresas: gritos, tapas, palavrões...

09/02/2010 15:34

O mundo corporativo tem suas “melhores empresas para se trabalhar” mas vem também apresentando práticas “pouco ortodoxas,” para aumentar os lucros e crescer a rentabilidade, em algumas empresas.

Em recente edição de Exame (edição 960 de 27 de janeiro de 2010), Malu Gaspar, em reportagem denominada “O Presidente, o consultor e o racha,” relata que em novembro, o Ministério Público do Trabalho abriu um inquérito para investigar denúncias de que o médico e antropólogo Sr.X, contratado por uma empresa siderúrgica Y, constrangia executivos nos treinamentos e teria beijado uma secretaria à força durante uma sessão de aconselhamento individual.

No Estadão, reportagem “Assédio moral assombra a LG,” retrata que a greve no interior paulista mostra as dificuldades dos funcionários da empresa em conviver com o jeito coreano.

Segundo a repórter Paula Pacheco, por quase uma semana, os funcionários da coreana LG Eletronics de Taubaté, em torno de 2,4 mil, interromperam a produção de cerca de 300 mil unidades com o objetivo de brigar pelo cumprimento de um acordo de promoções e para protestar contra o assédio moral por parte de alguns executivos.

A greve terminou, depois de um acordo entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e a empresa, intermediado pelo Tribunal Regional do Trabalho de Campinas (SP).

O fim do assédio moral é um tipo de reivindicação comum nas pautas sindicais, mas o excesso de queixas, segundo o sindicato, mobilizou os funcionários.

A empresa, segundo a entidade, se comprometeu a mudar suas práticas. Os trabalhadores falam de insultos, palavrões e maus tratos.

Uma das práticas citadas na reportagem "depois de um tapa nas costas e um rosário de insultos, Simone de Gouvêa Rosa, de 35 anos, recorreu à Justiça".

Desde junho de 2007 briga por uma indenização. A acusação é de agressão moral e física. O acusado, diretor da área de celulares, é conhecido por todos como Mister Ahn. Em caso de condenação da empresa, o valor será determinado pelo juiz.

Em outro trecho da reportagem “…segundo ela, precisava pedir para ir ao banheiro ou tomar água. “Se ninguém estivesse livre para me substituir, tinha de segurar a vontade”, diz. Seu trabalho era testar baterias e colar adesivos nos aparelhos.”

Em junho de 2007, quando a produção de monitores estava mais tranquila e a de celulares acelerada, alguns funcionários, entre eles Simone, foram recrutados para mudar de departamento por uma semana.

O grupo teve de aguardar em uma sala para receber mais instruções para a hora extra que faria. Ela conversava com Adriano Calais, então integrante da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), para ter detalhes sobre como seria a Participação de Lucros e Resultados (PLR).

Mr. Ahn, segundo ela, entrou na sala, deu um tapa estalado nas costas dela e gritou em coreano.

Abalada, a funcionária diz que passou por um psiquiatra e uma psicóloga e teve de tratar da depressão com muitos remédios. “Tomava calmantes, não conseguia dormir. Naquela época não conseguia sair de casa, nem tirava o pijama, ficava enfiada no quarto o dia inteiro à base de antidepressivos.”

Palavrão

João, nome fictício, é funcionário da LG há nove anos. Relata que a relação com os chefes coreanos é difícil.

Ele diz que uma das primeiras coisas que os novatos costumam fazer, até por instinto de defesa, é aprender palavrões em coreano para tentar acompanhar o que os executivos dizem nas rodinhas de conversa.

Em março do ano passado, João ajudava o supervisor em outra linha de produção.

Conta que Mister Ahn, aparentemente insatisfeito com a presença do funcionário, o xingou no idioma natal. “F.d.p.”, teria dito.

“Respondi que sabia o que ele estava falando e disse “é a sua mãe”, pronto para bater nele. Chorei de raiva. Pensei na minha mãe que me colocou no mundo. Ela é o quê, uma vadia?”

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Talvez seja oportuno incluir nos seminários de temas emergentes, estes novos estilos de gestão e até mesmo referências para se mostrar que o Brasil não é a Coréia. Que tal?

Fonte: Paula Pacheco, colaborou Marcelo Rehder, O Estado de S.Paulo.

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